Quem é atleticano entende, quem não é se perde.

Pergunto-me todos os dias o que me faz ser tão atleticana assim. Sim, porque não me considero apenas atleticana, me considero extremamente atleticana. É estranho você fazer de um time de futebol algo tão importante na sua vida, quase um estilo de vida, uma razão para viver, um motivo para extravasar seus sentimentos bons e ruins.

Várias pessoas me perguntam o porquê deu ser assim. Sempre tenho uma resposta na ponta da língua, mas essa resposta nunca traduz exatamente o que eu penso, sinto e vivo em relação ao Clube Atlético Mineiro e exatamente por isso estas pessoas continuam sem entender o motivo de tanto amor por um time de futebol, e claro, principalmente por eu ser mulher, o que hoje em dia não surpreende muito, mas que há um tempo era assustador.

Quando escrevo sobre o meu glorioso Galo, eu consigo por em palavras o que exatamente sinto. É difícil explicar para quem não é atleticano o que é ser atleticano. É o mesmo que tentar achar agulha no meio de um monte de palha. Para um bom atleticano, meia palavra basta quando se explica o sentimento pelo nosso alvinegro das Gerais. Não são necessárias muitas palavras, só de falar “GALO!” o coração já acelera a mil.

Para quem não é atleticano, ser atleticano é sofrer, se iludir, se martirizar por um time que não ganha nada, que não ganha títulos. E será que a ficha dessas pessoas não cai em relação ao tanto que isso é inútil de ser falado para um atleticano? Um atleticano de verdade jamais mudaria de time por causa da opinião sobre o Galo de um ou outro simpatizante alheio.

Quando se ama realmente um time nada disso importa. Não importa se tem título brasileiro, Libertadores, Mundial e todas essas coisas. Não importa se perde, se empata ou se ganha. No dia seguinte estaremos de cabeça erguida e torcendo com mais paixão pelo Galo do que antes. O que não nos mata nos deixa mais forte. O que importa é a existência do time, a razão, a emoção de ir para os jogos torcer, rir ou chorar. Não nego que gritar “É campeão!” é a melhor sensação do mundo, mas não é tudo.

Ser atleticano é ser torcedor de coração, alma, lágrimas, gritos e palmas. Para os bons entendedores alvinegros dizer isso já basta.

É assim há 102 anos no mundo preto e branco dos atleticanos, onde as cores consideradas mais apagadas são as mais lindas já vistas.

Autora: Ana Cristina Martins Vieira de Carvalho